O Envelhecimento em Pessoas com Deficiência

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Sendo a deficiência um tema interessante e bastante discutido, é possível afirmar que a discussão acerca do envelhecimento em pessoas com deficiência intelectual é ainda um tema em construção e aberto a novos conhecimentos e opiniões. É uma discussão necessária nos tempos em que vivemos, pois só recentemente os indivíduos com deficiência intelectual começaram a vivenciar novas fases de vida, nomeadamente o envelhecimento.

Deparamo-nos com esta situação visto que cerca de 10% da população mundial (650 milhões de pessoas) vive com uma deficiência – são a maior minoria do mundo – e que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), este número está a aumentar devido ao crescimento demográfico, avanços da medicina e processo de envelhecimento.

Através de pesquisas e estudos, sabe-se que o processo de envelhecimento das pessoas com deficiência intelectual e multideficiência ocorre de forma atípica e precoce, tendo como “sinais” do envelhecimento a perda das capacidades e competências cognitivas, sensoriais, adaptativas, afectivas e sociais, alterando gradualmente a sua autonomia e independência.

Quando este processo se inicia, muitos adultos deficientes que caminham para o envelhecimento, acabam por permanecer em casa, isolados e inactivos, o que contribui de forma rápida e drástica para a perda dessas mesmas competências. É nestas situações que a AFID Diferença responde, por forma a garantir alguma manutenção dessas competências, assim como o conforto e respeito por estes indivíduos com vidas mais prolongadas, ajudando a ter um fim de vida o mais agradável possível, como todos os idosos (com ou sem deficiência) merecem, por todas as suas vivências e experiências de vida.

Sinais precoces de envelhecimento

Os sinais precoces de envelhecimento, entre os 30 e 40 anos, podem surgir por consequência do uso continuado de medicação específica que causam problemas secundários de saúde, como desmineralização, osteoporose e alterações físicas e motoras
(mobilidade cada vez mais reduzida e diminuição da força muscular e amplitudes articulares).

Além destas alterações, também são cada vez mais explícitas as limitações cognitivas (alterações da memória e linguagem) e alterações da personalidade. Estudos demonstram que pessoas com deficiência (como os casos de Síndrome de Down) apresentam envelhecimento precoce caracterizado também por: maior incidência de diabetes, deterioração nos cuidados pessoais, declínio na capacidade adaptativa, de socialização, alterações afectivas súbitas, apatia, perda de vocabulário e tendência à manifestação da Doença de Alzheimer.

Prevenção

O desafio que se coloca para quem lida com este tipo de população é sobretudo o de arranjar formas de proporcionar à pessoa com deficiência o direito de aprender a lidar com as situações do dia-a-dia. Para isso, e falando através da realidade que nos é mais próxima, Grupo Sénior do Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) – AFID Diferença – , o trabalho com esta população passa muito por promover, manter e treinar as capacidades através da utilização de actividades terapêuticas, pedagógicas e lúdicas treinando a motricidade global e fina, comunicação, linguagem e memória.

Exemplos disso são as actividades de artesanato, atividades ocupacionais (treino de AVD’s), actividades físicas periódicas
(caminhadas, actividade física e de reabilitação, hidroterapia), atividades artísticas e lúdicas (ver filmes, ouvir música, massagens…), Snoezelen para um maior relaxamento, actividades ao ar livre e saídas à comunidade que promovam a socialização.

Assim, procura-se trabalhar a prevenção, aquisição e a manutenção das competências e capacidades diárias e funcionais para a vida, identificando os sinais de envelhecimento precoce, através do acompanhamento de trabalho de equipa de diversas áreas profissionais tais como terapia ocupacional, fisioterapia, psicomotricidade, musicoterapia, nutrição, psicologia, apoio e orientação familiar, atendimento médico, entre outras áreas e cuidadores que muito contribuem diariamente para o envelhecimento saudável desta população.

Importa reforçar a ideia de que as pessoas idosas com deficiência intelectual ou em processo de envelhecimento, juntamente com as suas famílias, necessitam de apoio e recursos que atendam um envelhecimento saudável, facultando melhores condições para cada um ao seu ritmo, conviva e seja feliz à sua forma única e bonita de viver, nesta fase da vida.

Texto de: Sofia Flor, Terapeuta Ocupacional da Fundação AFID Diferença

Atualizado em 8-Mai-2019 | Partilhar:
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