Avós e Netos….uma relação de afetos

Sempre tive o sonho de ter netos, ou seja de ser Avô. Ser avô é dar sequência geracional à vida das famílias, traduzida num alinhamento que não é suposto vir a ser interrompido. Regra geral, os avós consideram os netos melhores que os filhos, talvez porque a relação de afeto e de cumplicidade é maior do que aquela que foi vivenciada com os filhos.

Os filhos têm de ser educados/formados pelos pais. Os netos têm de ser, apenas e fundamentalmente, acarinhados e ter relações afetuosas e de cumplicidade com os avós. Para os netos, os avós são o reflexo da “sabedoria”, da “calma”, do “poder”, da “permissão” e do “pode tudo”. Para os avós, os netos, são um “bem”, um “presente”, uma “herança”, que a vida nos concede, muitas vezes sem o merecermos.

A minha Maria Inês, de três anos, é a menina mais “bonita” da Galáxia.

Ela cativa-me e seduz-me com um sorriso “expressivo”, “elegante” e “provocador”, ao ponto de eu ter dificuldade em resistir aos seus sábios apelos. “Avô trouxeste uma surpresa para mim?”. E as colas, trouxeste colas? “ (colas são figuras autocolantes de plástico ou papel que ela adora colar nos brinquedos, livros, no corpo dela e naqueles de quem ela gosta), como um selo que vincula a fruição dos sentimentos de neta e avô.

É normal que os netos contem alguns dos seus segredos aos avós, gerando cumplicidade nas suas tropelias, tornando estas
atos normais para os avós, que os conseguem omitir dos pais, porque os considerar inofensivos e inexpressivos.
Sou novato na minha função de avô. Estou na expectativa do crescimento da minha neta e de tudo o que ele irá influenciar
na nossa relação. Maria Inês, até logo!

Texto de: Domingos Rosa, Presidente do Conselho Executivo da Fundação AFID Diferença